Funcionários da Enciza Engenharia que presta
serviço para o Governo do Maranhão, denunciam condições análogas à escravidão
durante a pavimentação da MA-119 no trecho que liga Santa Luzia do Tide até
Altamira do Maranhão. De acordo com a denúncia, eles trabalham sem carteira
assinada e vivem em condições subumanas, degradantes de trabalho e moradia.
De acordo com os funcionários, eles trabalham
de domingo a domingo, sem carteira assinada, são transportados em caminhões pau
de arara, sem nenhuma segurança, além de uma refeição de péssima qualidade que
é servida aos trabalhadores.
Já na parte da noite o sofrimento continua,
eles dividem pequenos cômodos de uma casa como dormitório, sem um espaço
adequado eles se aglomeram em redes para descansar e voltar ao trabalho no dia
seguinte.
O alojamento segundo um dos trabalhadores
é infestado por ratos e baratas e não possuí geladeira, ventilação
natural, cadeiras, sofás ou qualquer lugar para descanso, possui apenas um
banheiro sem condições mínimas de higiene pessoal. Os trabalhadores se alternam
entre redes para dormir e dividir o pequeno espaço. As roupas são lavadas no
banheiro e penduradas em varais dentro do cômodo, o que causava um forte cheiro
de mofo. A instalação elétrica é precária, causando risco de incêndio.
A obra de pavimentação da MA-119 no valor de
mais de R$ 40 milhões é apenas mais um dos contratos milionários da Enciza
Engenharia Civil, de propriedade de José Lauro de Castro Moura, que vem fazendo
fortuna no Maranhão, prestando serviços para prefeituras e o Governo do Estado.
A empresa já se envolveu em vários escândalos, incluindo o nacionalmente como
“Estradas Fantasmas”. À época, o governo de José Reinaldo Tavares teria
liberado recursos do Tesouro Estadual de R$ 8,4 milhões em obras contratadas.
Nas apurações daquela época, o Ministério Público Estadual confirmou que foram
cerca de R$ 5 milhões desviados em obras inexistentes.
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