Poluição atinge praias do Nordeste desde o
início de setembro
Um estudo realizado na Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido da Marinha conseguiu mapear, de
forma preliminar, a provável área de onde partiu o óleo que polui praias do
Nordeste desde o início de setembro. A região localizada abrange uma área
que começa a uma distância de 600 a 700 quilômetros da costa brasileira, já em
águas internacionais, em uma latitude próxima da divisa entre Sergipe e
Alagoas.
Os cálculos foram feitos no Laboratório de
Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) do Instituto Alberto Luiz Coimbra
de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), utilizando uma
metodologia chamada de modelagem numérica. Com informações sobre a forma como o
óleo chegou às praias, correntes marinhas e ventos, os pesquisadores fizeram
uma previsão às avessas, reconstituindo o caminho que esse óleo
precisaria ter percorrido para se dissipar da forma que vem ocorrendo.
Professor do departamento de meteorologia da
UFRJ e do programa de pós-graduação de engenharia civil da Coppe/UFRJ, Luiz
Assad, explica que o foco do trabalho, iniciado há duas semanas, é reduzir a
extensão da área mapeada e chegar mais perto de um ponto específico de onde
pode ter partido o vazamento.
"O ponto inicial seria entre 600 e 700
quilômetros, e [a área] entra um pouco mais pro Atlântico. Estamos nesse
momento trabalhando para tentar diminuir essa área. Não temos um ponto de
vazamento, temos uma área grande no meio do Oceano que é uma área de provável
origem do óleo".
Se ainda não foi possível ter um resultado
conclusivo sobre a área do vazamento, tampouco há condições de afirmar quando
ele ocorreu. Segundo Assad, as informações atuais apontam para o início de
agosto, um mês antes dos primeiros registros de petróleo na costa, o que se deu
em 2 de setembro.
"É uma análise ainda preliminar. A gente
ainda não tem como afirmar isso", pondera.
O pesquisador explica que, ao ser lançado no
mar, o óleo sofre transformações em suas características físico-químicas, que
fazem com que ele afunde até uma camada subsuperficial do mar. Apesar de
pequena, a profundidade é suficiente para que ele passe despercebido por
satélites.
Assad conta que o trabalho também
inclui calcular o possível alcance que o óleo pode atingir no litoral
brasileiro. O pesquisador considera difícil precisar quanto tempo o estudo
ainda pode levar, mas ele acredita que serão necessários, ao menos, um mês a um
mês e meio.
Fonte: Agência Brasil
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