Empresas de notícias de todo o mundo criticam regra publicitária do Facebook - Portal Diário de Tutóia

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Empresas de notícias de todo o mundo criticam regra publicitária do Facebook

Rede põe conteúdo jornalístico sobre política na mesma categoria de propaganda eleitoral

 


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 Facebook enfrenta novas críticas por sua decisão de categorizar a promoção de artigos noticiosos como conteúdo político, e diversas empresas pressionam o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckeberg, por uma mudança na regra.

Sete organizações setoriais que representam empresas de notícias em mais de 120 países, entre as quais o The New York Times, a BBC e a Fox, enviaram uma carta na segunda-feira (11) para criticar a decisão do gigante da mídia social de posicionar os anúncios comprados por essas empresas para divulgar seus conteúdos sobre política em um banco de dados que também abriga material publicitário de candidatos políticos "Consideramos que sua regra representa um novo passo no fomento a uma narrativa falsa e perigosa que confunde a distinção entre reportagens reais da mídia profissional e conteúdo propagandístico", a carta afirma. "A divulgação de nossos produtos, ou de assinaturas para nossos produtos, não é distinta de nosso jornalismo ou da liberdade de imprensa".

Sob as novas regras, quaisquer anúncios promovendo conteúdo político — mesmo notícias sobre política e eleições— serão colocados em um arquivo que inclui a identidade de quem está pagando pelo anúncio e informações demográficas sobre os usuários que veem os artigos, por até sete anos.

O arquivo começou nos Estados Unidos, mas o Facebook anunciou planos para expandi-lo ao mercado internacional.

"O Facebook precisa reconhecer o valor de jornalismo criado por empresas independentes de mídia noticiosa, e respeitar o papel crítico que o jornalismo desempenha na sustentação da sociedade em todo o mundo", afirmou em comunicado Michael Golden, presidente da Associação Mundial de Empresas Jornalísticas e Noticiosas.

Um representante da companhia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A empresa, sediada em Menlo Park, Califórnia, alertou os provedores de conteúdo noticioso sobre a nova regra pela primeira vez no mês passado,
depois de meses de críticas quanto ao uso de sua rede por agentes russos  para influenciar a eleição presidencial de 2016.

Horas depois da publicação de uma reportagem da Bloomberg News sobre a iniciativa e sobre as críticas de empresas do setor à mudança, o Facebook anunciou que trabalharia com as companhias para desenvolver uma regra que distinguisse jornalismo de propaganda política.

David Chavern, presidente da Aliança de Mídia Noticiosa, uma das organizações que criticou a nova regra mais veementemente, ofereceu no mês passado um plano alternativo que criaria uma "lista branca" de organizações noticiosas conhecidas, para isentá-las da regra.

A organização de Chavern organizou o grupo que enviou a carta da segundafeira, e inclui a Digital Content Next, American Society of News Editors, European Publishers Council, MPA – The Association of Magazine Media, News Media Alliance, Society of Professional Journalists e The World Association of Newspapers and News Publishers. A Bloomberg News é parte da Digital Content Next.

Em um email obtido pela Bloomberg News, Campbell Brown, vice-presidente de parcerias noticiosas do Facebook, respondeu dizendo que a empresa "levaria em conta suas sugestões" ao negociar diretamente com os provedores de conteúdo noticioso.

Separadamente, a questão dos anúncios políticos na mídia social atraiu a atenção do Congresso. Os senadores democratas Mark Warner, da Virgínia, e Amy Klobuchar, de Minnesota, apresentaram um projeto de Lei dos Anúncios Honestos, que sujeitaria os anúncios políticos online a regras de transparência semelhantes às que vigoram hoje para o conteúdo publicitário em outras mídias, como a TV e o rádio. A medida tem o apoio do Facebook e do Twitter.

A Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos também está considerando novas regras que requereriam notificações quanto aos responsáveis por anúncios online, em redes móveis e outras formas de anúncios digitais, oferecendo regras alternativas.


Fonte: Folha de São Paulo


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