Além de São Luís, outros 168 municípios do estado estão
em situação de alerta ou risco
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ados do Ministério
da Saúde revelam que 1.153 municípios brasileiros, o que corresponde a 22% do
total, têm alto índice de infestação e risco de surto para dengue, zika e
chikungunya, o que indica a necessidade de intensificar as ações de combate ao
mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças, mesmo durante o outono e o
inverno. Nessas estações, a tendência seria de cair a incidência de doenças
associadas ao mosquito.
O mapeamento
foi feito com base no Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes
aegypti (LIRAa), que compila informações enviadas por gestores municipais.
Neste caso, os dados foram coletados entre janeiro e meados de março. O LIRAa
mostra que, além dos municípios que estão em situação mais vulnerável, 2.069
estão em alerta e 1.711 apresentam índices satisfatórios. A lista com a situação
de cada cidade está disponível no portal do Ministério da Saúde
“O resultado
do levantamento indica que é necessário dar mais atenção às ações de combate ao
mosquito. A prevenção não pode ser interrompida, mesmo no período mais frio do
ano”, alertou o secretário de Vigilância em Saúde, Osnei Okumoto. De acordo com
o secretário, as ações ddevem reverter em maior proteção durante o verão, época
de maior proliferação do Aedes aegipty. “Assim será possível manter a redução
do número de casos”, adiantou.
Entre as
capitais, apenas São Paulo, João Pessoa e Aracaju apresentam índices satisfatórios
e não devem enfrentar problemas desse tipo.
De acordo com
o ministério, Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Velho, Palmas, Maceió, Salvador
Teresina, Recife, Brasília, Vitória, São Luís, Belém, Macapá, Manaus e Goiânia
estão no estágio de alerta. Natal e Porto Alegre realizaram levantamento por
armadilha, utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou
inexistente. Boa Vista, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande
não enviaram informações.
O
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e professor da Universidade
Feevale, localizada no município de Novo Hamburgo (RS), Fernando Rosado Spilki,
considerou “impressionante” o índice de infestação no Brasil. Spilki disse que
os riscos de ocorrência de novos surtos são elevados, pois, no caso da
chikungunya, por exemplo, a população imune, inclusive por já ter contraído a
doença, é relativamente baixa.
Para Spilki, a
manutenção desse patamar de incidência, poucos anos após surtos de doenças
terem chamado a atenção do país, reflete a falta de políticas que integram ações
preventivas eficazes e de conscientização da população. O professor acrescentou
que a situação deriva também de outros problemas, como a urbanização precária
das cidades brasileiras e a descontinuidade no fornecimento de água, o que faz
com que parte da população tenha de armazená-la, o que pode gerar criadouros de
mosquitos.
As características
do Aedes aegypti também dificultam o combate, o que amplia o desafio de superar
o problema. “Hoje, a praga número 1 a ser combatido é exatamente o Aedes
aegypti, que tem entrado em muitos municípios, inclusive expulsando outras espécies,
como o Aedes albopictus. E o aegypti tem a característica de não só ficar ao
redor da casa, mas de entrar na casa, o que dificulta o combate”, detalhou
Spilki.
O professor
ressaltou que o Brasil não é o único país que sofre com o problema. “Há uma
recrudescência dessa situação em toda a América do Sul. Há relatos de aumento
de casos de doenças transmitidas no Peru e no Equador, acompanhando a situação
brasileira. Não é, portanto, uma coisa exclusiva nossa, mas, como país,
precisamos tomar uma ação de prevenção e vigilância, porque nossa população é
muito grande.”
O Ministério
da Saúde informa que as ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti são
permanentes e tratadas como prioridade. Entre as medidas tomadas para combater
o mosquito está a criação da Sala Nacional de Coordenação e Controle, que
orienta e articula ações contínuas ao longo do ano com governos estaduais e
municipais para combate ao vetor e monitora a situação epidemiológica e as
atividades para enfrentamento do mosquito. Além disso, os recursos para as ações
de vigilância em saúde cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões,
em 2010, para R$ 1,94 bilhão em 2017.
Para este ano,
a previsão é que o orçamento de vigilância em saúde para os estados chegue a R$
1,9 bilhão.
Fonte: Jornal Pequeno (Por: Helena Martins)
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