SÃO
PAULO, 21 JUN (ANSA) – O Vaticano usou o termo “LGBT” pela primeira vez em um
documento oficial, publicado na última terça-feira (19). O arquivo em questão é
um “instrumentum laboris”, espécie de texto preparatório para o próximo Sínodo
dos Bispos, que acontecerá entre 3 e 28 de outubro de 2018.
No
texto, que aborda a relação da juventude com a Igreja, a Santa Sé diz que
“alguns jovens LGBT desejam se beneficiar de uma maior proximidade e
experimentar uma maior atenção” por parte do catolicismo.
“Enquanto
isso, algumas conferências episcopais se interrogam sobre o que propor aos
jovens que, ao invés de formar casais heterossexuais, decidem constituir casais
homossexuais e, sobretudo, desejam estar próximos à Igreja”, diz o documento.
O texto
ainda pede que os responsáveis eclesiásticos enfrentem “de maneira concreta
temas controversos como a homossexualidade e as temáticas de gênero, sobre as
quais os jovens já discutem com liberdade e sem tabu”.
Em
coletiva de imprensa para apresentar o texto, que representa uma mudança
significativa para uma Igreja acostumada a termos vagos, como “pessoas com
tendências homossexuais”, o cardeal Lorenzo Baldisseri explicou que o objetivo
é conscientizar sobre a importância de se acompanhar os jovens, sem nenhum tipo
de exclusão.
Por
outro lado, Francis DeBernardo, diretor-executivo da organização
norte-americana New Ways Ministry, que representa católicos LGBT, disse que a
medida é muito bem-vinda, mas que isso é pouco para resolver as desigualdades
dentro da Igreja.
“Essa
mudança na linguagem indica que os oficiais da Igreja estão começando a
entender que eles têm de tratar as pessoas LGBT com respeito”, declarou
DeBernardo em um comunicado. Ainda que relacionamentos gays sejam considerados
pecados pela doutrina católica, o papa Francisco já deu algumas declarações que
mostram um sinal de abertura.
Recentemente,
disse a frase “Deus te ama assim” a um homossexual vítima de pedofilia no
Chile. Em outra ocasião, logo no início de seu Pontificado, surpreendera o
mundo ao dizer “quem sou eu para julgar?” ao falar sobre gays.
Fonte: ANSA
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