Entre as vítimas estão bispo de Manágua;
arquidiocese divulga repúdio
Simpatizantes do presidente
da Nicarágua, Daniel Ortega, invadiram uma igreja nesta segunda-feira (9) e
agrediram jornalistas e sacerdotes – entre eles, o bispo auxiliar de Manágua,
Silvio Báez. A arquidiocese da capital, Manágua, divulgou um comunicado
repudiando a agressão "covarde" por parte de “pessoas afins ao
governo e paramilitares”.
“Não importa o que fizeram
conosco – os golpes que me deram, as feridas. É muito mais grave o que estão
fazendo com o povo”, disse monsenhor Báez, em entrevista à imprensa
nicaraguense.
O ataque ocorreu na Basílica
de San Sebastian, em Diriamba – a 40 quilômetros de Managua – depois de um
final de semana violento, que resultou na morte de pelo menos 11 pessoas.
Mais de 300 morreram desde 18 de abril, quando milhares de nicaraguenses saíram
às ruas para protestar contra uma proposta de reforma da Previdência.
Ortega revogou a medida, mas
manifestações continuaram, transformando-se em movimento nacional – desta vez
para pedir justiça pelas vítimas da violenta repressão e ainda a antecipação das
eleições presidenciais.
Tanto a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), quanto a organização Anistia
Internacional, acusaram as forças de segurança e grupos paramilitares ligados
ao governo de “atirar para matar”. Ortega pediu a mediação da Igreja Católica
em um Dialogo Nacional, com setores da sociedade, para apaziguar o país. Mas as
conversações foram suspensas porque a repressão continuou e o presidente
rejeitou a proposta de convocar novas eleições.
Ortega foi reeleito para um
terceiro mandato consecutivo em 2016, em votação sem a presença de observadores
internacionais e cujos resultados foram questionados até por seus antigos
aliados.
Líder da Revolução
Sandinista de 1979, que derrotou a ditadura de Anastásio Somoza, Ortega é
acusado de querer instalar uma dinastia política igual à que ele combateu,
quando era um guerrilheiro esquerdista.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário