O presidenciável Jair
Bolsonaro (PSL), declarou no sábado, 18, que o Brasil deixará a Organização das
Nações Unidas (ONU) caso seja eleito presidente da República. A afirmação foi
feita em resposta à pergunta sobre como avaliava a recomendação do Conselho de
Direitos Humanos da ONU de que o país permita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) disputar a eleição presidencial.
“Se eu for presidente eu
saio da ONU. Não serve pra nada essa instituição”, afirmou Bolsonaro à
imprensa, após cerimônia de formatura de cadetes na Academia Militar das
Agulhas Negras (Aman) em Resende, no sul fluminense. “Sim, saio fora, não serve
pra nada a ONU. É um local de reunião de comunistas e gente que não tem
qualquer compromisso com a América do Sul pelo menos”, completou o candidato.
Mais cedo, Bolsonaro já
tinha se manifestado sobre o tema em sua conta pessoal no Twitter: “Há mais ou
menos 2 meses falei em entrevista que já teria tirado o Brasil do conselho da
ONU, não só por se posicionarem contra Israel, mas por sempre estarem ao lado
de tudo que não presta. Este atual apoio a um corrupto condenado e preso é só
mais um exemplo da nossa posição”, escreveu o candidato neste sábado.
Condenado a 12 anos de
prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula teve sua
candidatura registrada na quarta-feira passada, último dia do prazo determinado
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O petista, no entanto, poderá ser
impedido de disputar a eleição, em razão da Lei da Ficha Limpa, que proíbe que
cidadãos condenados em segunda instância, como é o caso do ex-presidente, sejam
candidatos.
Na sexta-feira, porém, o
órgão Conselho de Direitos Humanos da ONU solicitou que o Brasil tome todas as
medidas necessárias para que Lula possa desfrutar e exercer os direitos
políticos, enquanto esteja na prisão, como candidato para as eleições
presidenciais.
O Conselho é formado por
especialistas independentes que monitoram a implementação, pelos Estados
partes, dos principais tratados internacionais de direitos humanos adotados
pela Assembleia Geral da ONU. Eles atuam de forma independente da ONU. A
decisão do órgão é considerada como uma recomendação e, no passado, outros
governos estrangeiros já ignoraram a solicitação. No início do ano, por
exemplo, a Espanha não cumpriu decisões do mesmo comitê em relação a políticos
catalães que atuaram pela independência da região.
Fonte: Estadão
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