sábado, 9 de fevereiro de 2019
Trump receberá Bolsonaro na Casa Branca na segunda quinzena de março
Visita foi anunciada pelo
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, depois de um encontro com o
secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo
O presidente Jair Bolsonaro se encontrará com seu
colega norte-americano, Donald Trump, durante a segunda quinzena de março na
Casa Branca, informou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em
visita a Washington nesta semana. O objetivo do encontro será abordar questões
econômicas, assuntos relacionados com segurança, treinamento militar e
diplomacia na América Latina. Araújo anunciou a reunião depois de um encontro
com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e na quinta-feira
esclareceu que ainda não está definida a data exata e se será uma visita de
Estado – como a do presidente francês Emmanuel Macron – ou tradicional .
Desde que Bolsonaro venceu as eleições
presidenciais, em novembro, trabalhou para concretizar sua intenção de se
aproximar dos EUA. Os gestos chegam depois de décadas de uma relação distante
entre as duas principais potências da América. Um dos mais claros acenos foi a
escolha do diplomata Araújo, que ganhou popularidade em 2017, quando publicou
um texto intitulado Trump e o Ocidente, no qual definiu o inquilino da Casa
Branca como o representante da “recuperação do passado simbólico, da história e
da cultura das nações ocidentais”.
Por isso não foi surpresa que ele tenha se juntado à
campanha de Bolsonaro, que foi apelidado no exterior de “Trump tropical”. O que
chamou mais a atenção foi sua nomeação como ministro das Relações Exteriores:
um trumpista antiglobalização e inimigo declarado do multilateralismo.
Nos primeiros dias de janeiro, os Estados Unidos
corresponderam aos interesses do Brasil. O secretário de Estado dos EUA, Mike
Pompeo, visitou Bolsonaro em Brasília, onde um dos principais assuntos foi
definir uma estratégia sobre como colaborar para “restaurar a governança
democrática e os direitos humanos” dos cidadãos da Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Na quarta-feira, 23 de janeiro, Juan Guaidó, opositor de Nicolás Maduro e
presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, autoproclamou-se presidente
interino invocando o artigo 233 da Constituição. Os Estados Unidos foram os
primeiros a apoiá-lo. O Brasil fez o mesmo minutos depois.
Fonte: El País
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