Na quarta-feira, Donald
Trump disse que militares russos devem deixar o país. Porta-voz russa diz que
Estados Unidos querem ditar como nações se relacionam e afirmou que militares
ficam.
A
Rússia afirmou que a presença de seus militares na Venezuela "não ameaça
ninguém". A declaração foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores
nesta quinta-feira (28), em resposta a Donald Trump, que afirmou que militares
devem deixar o país.
"A
Rússia não infringiu nada, nem os acordos internacionais, nem o Direito
venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça
ninguém, diferentemente de Washington", disse a porta-voz do Ministério,
Maria Zakharova.
A
porta-voz classificou as críticas de autoridades americanas esta semana como
"tentativa arrogante de ditar para Estados soberanos como têm de se
relacionar entre eles. Nem Rússia nem Venezuela são províncias dos Estados
Unidos".
Segundo
ela, os militares ficarão no país o tempo que for necessário.
"Eles
se ocupam da aplicação dos acordos firmados no campo da cooperação técnica e
militar. Por quanto tempo? O tempo que for necessário. Tanto tempo quanto for
necessário para o governo da Venezuela".
"Os
especialistas russos chegaram à Venezuela em virtude de um acordo bilateral
intergovernamental sobre a cooperação militar e técnica. Ninguém anulou esse
documento", afirmou Zakharova.
Na
quarta-feira (27), durante encontro com esposa do líder da oposição e
autoproclamado presidente Juan Guaidó, Trump pediu à Rússia que saia da
Venezuela, após a tensão criada pelo envio de militares e material russos para
Caracas.
Contingente
militar
Dois
aviões russos, um Antonov An-124 e um Ilyushin Il-62, chegaram na semana
passada à Venezuela. Segundo a imprensa local, transportavam 99 militares e 35
toneladas de material, sob o comando do chefe do Exército de Terra, general
Vasili Tonkoshkurov.
Denunciada
pelos Estados Unidos, a presença de militares russos na Venezuela "não
está, em nenhum caso, ligada a possíveis operações militares", garantiu o
adido de defesa da embaixada da Venezuela na Rússia, José Rafael Torrealba
Pérez, nesta quinta-feira (27), em Moscou, citado pela agência Interfax.
"Insisto
no fato de que se trata apenas de cooperação militar e técnica. A presença
militar russa não está, em nenhum caso, vinculada a possíveis operações
militares", declarou Torrealba Pérez.
Ele
afirmou ainda que um representante do Ministério venezuelano da Defesa também
visitará Moscou no final de abril.
Uma
fonte diplomática russa que não quis ser identificada, citada pela agência
pública de notícias Sputnik, disse que este envio não tinha "nada de
misterioso" e que entra "no marco da cooperação técnica e
militar" entre os dois países.
Rússia
e Venezuela fecharam, em 2011, um acordo de cooperação militar que prevê a
venda de armas russas para Caracas financiadas com crédito russo.
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