Falta um mês para o
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será aplicada em todo o país para 5
milhões de estudantes, nos dias 3 e 10 de novembro. Na reta final, escolas
contam como estão se preparando e os cuidados necessários sobretudo para
controlar a ansiedade dos estudantes.
Na escola Lysia Pimentel Gomes Sampaio
Sales, em Sobral (CE), nas últimas semanas de aula até o exame, os estudantes
participarão de vários debates e de atividades que além de trabalhar a revisão
dos conteúdos, contribuem para deixá-los mais seguros. “Eles precisam relaxar
para usar o conhecimento que adquiriram o ano inteiro. Temos palestras,
integração das turmas, debates, para sair um pouco da rotina”, diz a professora
de redação Diana Kelly Alves Oliveira. De acordo com ela, é importante
trabalhar também a parte socioemocional dos alunos.
A unidade está entre as escolas públicas
que, segundo o estudo “Excelência com Equidade no Ensino Médio: a dificuldade
das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas”, se destacaram por melhores
desempenhos em avaliações como o Enem. Lá, os estudantes obtiveram média
de 582,43 pontos na provas objetivas e 716,84 na redação, sendo que nota máxima
nessa prova é mil.
Ao longo do ano, a escola realizou uma
série de simulados. Desde agosto, foram cinco simulados e ainda haverá mais
dois até novembro. Neles, a escola percebeu que os alunos ficavam muito
nervosos, sobretudo na hora de fazer a prova de redação. “Alguns estudantes
travavam na hora de iniciar a redação, demoraram mais de 20 minutos só para
começar, pela ansiedade. Começamos então a trabalhar isso”, diz Diana.
No Colégio e Curso Progressão, no Rio de
Janeiro, a ansiedade também é trabalhada na reta final. “O importante é manter
a calma e a tranquilidade. Falo sempre para os estudantes se mentalizarem
aprovados. Não verem o Enem como um monstro, mas como uma chave que vai mudar o
futuro. Faça a prova acreditando no que estudou”, diz o diretor-geral do
colégio, Leonardo Chucrute.
A tática ajuda a estudante do 3º ano da
escola, da unidade de Cabo Frio (RJ), Maria Eduarda Oliveira. “Eu,
particularmente, tento pensar como seria no próximo ano, como se
estivesse lá dentro da universidade e alcançado meu sonho”, diz. A estudante
pretende concorrer a uma vaga de medicina. “O curso que quero fazer é bem
concorrido, bem complicado, mas estou tentando ficar mais tranquila porque me
desesperar não vai ajudar em nada”, acrescenta.
Conversar é importante
“Pode parecer
estranho, mas a minha recomendação é que o jovem seja ele mesmo, que converse
com as pessoas, que converse sobre as emoções, sobre angústias”, diz a
psicóloga organizacional e clínica Livia Marques, que atende jovens que estão
se preparando para o vestibular.
Segundo Livia, é importante conversar com
pessoas que acolham e que transmitam afeto e proteção. Segundo ela, a ansiedade
está entre as principais questões que são trazidas pelos jovens que atende.
Além disso, eles dizem que não conseguem atender às expectativas, que se sentem
pressionados e tristes o tempo inteiro.
Para ela, as conversas são importantes
para que essas emoções “sejam mais vistas, mais acolhidas e mais validadas”. É
preciso também estar atento e buscar ajuda profissional caso o jovem esteja em
um nível de ansiedade muito alto, que afeta a produtividade e compromete o dia
a dia. “O psicólogo vai ajudar a contornar e manejar as crises de
ansiedade”.
A psicóloga recomenda ainda que os
estudantes planejem os estudos e que reservem tempo para se divertir. Além
disso, devem cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos e dormir bem. Uma
dica para dormir melhor é não usar o celular ou assistir vídeos antes de dormir.
Fonte: Agência Brasil
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