Previsão é que o julgamento termine amanhã
(24)
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou há
pouco a segunda parte da sessão de hoje (23) para julgamento
sobre a validade da execução provisória de condenações criminais, conhecida
como prisão em segunda instância.
Pela manhã, o relator das ações julgadas,
ministro Marco Aurélio, reafirmou seu entendimento contra a medida, posição que
disse ser “conhecida desde sempre”. Segundo o ministro, “é impossível devolver
a liberdade perdida ao cidadão”, motivo pelo qual não se pode prender alguém
que ainda tenha a possibilidade de ser inocentado.
A partir de agora, mais dez ministros devem
proferir seus votos. A previsão é que o julgamento termine somente amanhã
(24).
Entenda
A Corte começou a julgar definitivamente três
ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), relatadas pelo ministro
Marco Aurélio e protocoladas pela OAB, pelo PCdoB e pelo antigo PEN, atual
Patriota.
O entendimento atual do Supremo permite a
prisão após condenação em segunda instância, mesmo que ainda seja
possível recorrer a instâncias superiores. No entanto, a OAB e os partidos
sustentam que o entendimento é inconstitucional e uma sentença criminal somente
pode ser executada após o fim de todos os recursos possíveis, fato que ocorre
no STF e não na segunda instância da Justiça, nos tribunais estaduais
e federais. Dessa forma, uma pessoa condenada só vai cumprir a pena após
decisão definitiva do STF.
A questão foi discutida recentemente pelo
Supremo ao menos quatro vezes. Em 2016, quando houve decisões temporárias nas
ações que estão sendo julgadas, por 6 votos a 5, a prisão
em segunda instância foi autorizada. De 2009 a 2016, prevaleceu o
entendimento contrário, de modo que a sentença só poderia ser executada após o
Supremo julgar os últimos recursos.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
o julgamento terá impacto na situação de 4,8 mil presos com base na
decisão do STF que autorizou a prisão em segunda instância. Os principais
condenados na Operação Lava Jato podem ser beneficiados, entre eles, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril do
ano passado, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba,
após ter sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro confirmada
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no caso do tríplex do
Guarujá (SP), além do ex-ministro José Dirceu e ex-executivos de empreiteiras.
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Fonte: Agência Brasil
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