Diante do cenário de recuperação gradual da
econômica, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a previsão de
crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e
serviços produzidos no país. Também foi mantida a estimativa de expansão de
0,4% do PIB industrial em 2019, segundo o Informe Conjuntural do terceiro
trimestre, divulgado hoje (11) pela CNI.
Segundo a entidade, o fraco desempenho da
atividade econômica e industrial é explicado por dois fatores: “o sentimento
crescente de que o processo de aprovação das reformas indispensáveis ao
crescimento da economia será mais demorado e complexo do que inicialmente
percebido e os poucos avanços na agenda de redução do Custo Brasil”.
CNI prevê expansão da
economia este ano. Consumo das famílias, com alta de 1,5%, será o principal
causa do crescimento do PIB (Arquivo/Wilson Dias/Agência Brasil)
O consumo das famílias, com um crescimento
estimado de 1,5%, será novamente o principal motor da expansão do PIB em 2019.
Na comparação com anos anteriores, a taxa de 1,5% é inferior ao registrado em
2018 (1,9%) e levemente superior ao registrado em 2017 (1,4%).
O Informe Conjuntural indica um descolamento
entre o ritmo de crescimento do consumo e da produção industrial. “As vendas no
comércio varejista têm crescido, mas este movimento não tem sido transmitindo
para a indústria, que segue quase estagnada principalmente por conta da falta
de competitividade”, disse o gerente-executivo de Política Econômica da CNI,
Flávio Castelo Branco.
O investimento passou por uma leve revisão,
indo de 2,1% no informe do segundo trimestre para 2,5% no terceiro, como
resultado da melhora gradual da economia. O documento revisou também a taxa
média de desemprego, que deve ficar em 11,9% em 2019, um recuo de 0,4 ponto
percentual em relação ao verificado em 2018 (12,3%).
Taxa básica de juros
A previsão da CNI é que a taxa básica de
juros, a Selic, encerre 2019 em 5% ao ano. Atualmente, a taxa está em 5,5%. A
expectativa da CNI é que haja reduções nas reuniões de outubro e dezembro deste
ano.
Dívida pública
O déficit nominal deve recuar de 7,14% do
PIB, em 2018, para 6,43%, em 2019. A redução é explicada pela manutenção do
patamar de déficit primário e a redução de 0,7 ponto percentual do PIB nas
despesas com juros nominais. O déficit nominal, no entanto, continua a ser
superior ao necessário para estabilizar a relação Dívida Bruta/PIB, que deve
passar de 77,2%, em 2018, para 78,4%, em 2019.
Dólar
Para o dólar, a previsão é que valerá R$ 4,02
no fim deste ano. Segundo a CNI, a elevação em relação ao Informe Conjuntural
do segundo trimestre (R$ 3,75) é justificada pelo crescente impacto de fatores
conjunturais, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a crise na
Argentina. A presença de mudanças estruturais, pelo menos no médio prazo, da
política monetária doméstica também afeta a desvalorização do real frente ao
dólar, diz a confederação.
Balança comercial
A CNI projeta o saldo comercial de US$ 49,2
bilhões, com as exportações registrando US$ 228,4 bilhões e as importações US$
179,2 bilhões. Se confirmar a projeção, o superávit será 16,12% menor que o
registrado em 2018 – R$ 58,659 bilhões.
Fonte: Agência Brasil
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