Maioria também se mostra a favor de continuar
estudando possíveis 'ministérios' para mulheres
VATICANO - A maioria dos participantes que se
pronunciaram até agora nas plenárias ou nos pequenos círculos de discussão do
Sínodo para a Amazônia, no Vaticano, defende a ordenação de homens casados na
região, para suprir a falta de padres. Igualmente se mostram a favor de
continuar estudando possíveis "ministérios" para mulheres. As duas
inovações, presentes no documento de trabalho do encontro, já haviam provocado
críticas da ala mais conservadora da Igreja e acusações de heresia.
Apesar da visão majoritária em favor da
ordenação de homens casados, normalmente anciãos e com vínculos com a
comunidade, essa postura não foi unânime. Enquanto alguns defendiam sua adoção
como única maneira de levar a eucaristia a ambientes distantes, outros sugeriram
que o celibato sacerdotal deve ser mantido como "dom e presente" para
toda a Igreja, independentemente das dificuldades, enquanto outros sugeriram um
sínodo ou mesmo um concílio para tratar do tema, de forma que "se chegue a
uma solução universal".
Outro ponto que deve levar a críticas foi
apresentado ontem por dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização. Ele disse que foi feita uma proposta
para seguir o caminho de um "rito amazônico" que permita desenvolver
"sob o aspecto espiritual, teológico, litúrgico e disciplinar" a
Igreja Católica na Amazônia. Um rito, limitado à liturgia, só foi concedido
recentemente para o caminho neocatecumenal. No caso amazônico, a ideia é fazer
algo ainda maior, "em totalidade".
O encontro, que se encerra na próxima semana,
está ainda em uma fase de coleta das propostas, que serão depois analisadas. A
próxima fase será a de redação do documento final para o papa. Caberá a
Francisco, com base nas sugestões apresentadas, estabelecer um documento
pós-sinodal - o único que, no caso, poderia levar a mudanças mesmo na Igreja
local.
Fonte: Terra / Com Agências Internacionais
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