O diretor de Assuntos Corporativos da Petrobras,
Eberaldo Neto, disse hoje (25) que a análise de 30 amostras do petróleo
recolhido de praias do Nordeste permitiu concluir que ele foi extraído de três
campos de produção na Venezuela. Em uma entrevista coletiva concedida à
imprensa para analisar os resultados do balanço do terceiro trimestre de 2019,
Neto esclareceu que a companhia agiu assim que foi acionada pela União, no
início de setembro, e recolheu 340 toneladas de resíduos das praias.
"A gente fez análise em mais de 30
amostras e concluiu que é de três campos venezuelanos", disse Neto.
"A origem do vazamento é outra coisa. A gente entende que é na costa
brasileira."
O vazamento teria ocorrido no Oceano
Atlântico, em uma região no caminho de uma corrente marinha que vem da África e
se bifurca, seguindo para a costa setentrional do Nordeste, de um lado, e para
a Bahia e o Sudeste, do outro, passando pelos locais onde o óleo tem sido
recolhido.
"A gente sabe que foi em um ponto desse
de bifurcação que foi a origem do vazamento. Provavelmente, um navio passando
ali. As autoridades estão investigando."
Neto destacou que o fato de o petróleo
afundar e seguir para o litoral em uma camada abaixo da superfície do mar
dificulta a visualização dele com sobrevoos e satélites e também a contenção
dele com barreiras.
"A gente tem um centro de defesa
ambiental preparado para isso, mas preparado para um óleo da Petrobras, que
vaza de instalação da Petrobras, e a gente localiza a fonte e ataca com os
instrumentos mais adequados", disse o diretor, que explicou que o fato de
o óleo submergir quase que inviabiliza a contenção dele antes de chegar ao
litoral. "Fica praticamente impossível pegar a montante esse óleo e
segurar com barreiras e outros instrumentos que a gente tem. O mecanismo de
captura tem sido quando a maré e a corrente jogam para a praia. Infelizmente,
tem sido esse o jeito, porque, com os mecanismos que a gente detém, é agulha no
palheiro para a gente pegar pelas características do óleo."
O diretor da estatal afirmou que a Petrobras
vai distribuir equipamentos de proteção individual em comunidades do Nordeste
para que voluntários possam utilizar os equipamentos para se proteger de
possíveis intoxicações no contato com a substância.
Neto disse que o foco da Petrobras é
continuar o trabalho e qualquer discussão sobre o valor que será ressarcido à
companhia pelos recursos gastos será feita posteriormente.
Fonte: Agência Brasil
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