Orientação não prevê que padres agora possam
se casar, mas que homens com família possam assumir as funções de sacerdócio
Em ação histórica, a assembleia do Sínodo
dos Bispos sobre a Amazônia recomendou neste sábado (26/10/2019)
a ordenação de homens casados que vivem na região, para, entre outras
coisas, suprir a lacuna de padres. Por outro lado, a esperada criação de um
diaconato para as mulheres ficou de fora do relatório final, que agora será
avaliado pelo papa Francisco. São informações da Folha de S.Paulo.
A recomendação não
prevê que padres agora possam se casar, mas que homens com família possam
assumir as funções de sacerdócio. A expectativa é de que a medida aumente a
presença da Igreja em áreas remotas, onde os padres atualmente só
conseguem visitar poucas vezes por ano. Seria também uma forma de confrontar a
crescente presença de igrejas pentecostais na região.
“Considerando que a legítima diversidade não
prejudica a comunhão e a diversidade da igreja, (…) propomos (…) ordenar
sacerdotes homens idôneos e reconhecidos pela comunidade, que tenham um
diaconato permanente fecundo e recebam uma formação adequada para o
presbiterato, podendo ter família legitimamente constituída e estável”, afirma
o parágrafo 111 do documento.
A aprovação do ministério para homens casados
(viri probati) foi o tema mais controvertido na votação. Recebeu a aprovação de
128 padres sinodais, o mais baixo número de votos dos 120 parágrafos, aprovados
individualmente. Os padres que se opuseram somaram 41 votos.
Revisão
O relatório aprovado pela assembleia dos padres sinodais agora será analisado por Francisco. Cabe a ele decidir quais medidas serão de fato implantadas pela Igreja. Neste sábado, o sumo pontífice disse que fará a revisão até o final deste ano.
O relatório aprovado pela assembleia dos padres sinodais agora será analisado por Francisco. Cabe a ele decidir quais medidas serão de fato implantadas pela Igreja. Neste sábado, o sumo pontífice disse que fará a revisão até o final deste ano.
Com relação às
mulheres, o relatório afirma que o Sínodo compartilhará “as experiências e as
reflexões” com a Comissão de Estudo sobre o Diaconato das Mulheres, iniciativa
criada pelo papa Francisco em 2016. Esse trecho teve a aprovação de 137 padres
sinodais.
O documento também pede que seja criado o
ministério instituído da “mulher dirigente da comunidade” e reconhecer isso,
dentro do serviço das mutáveis exigências da evangelização e da atenção às
comunidades”.
Liderança da mulher
Em outro trecho, o texto afirma que é
“necessário que [a mulher] assuma com maior força sua liderança no seio da
Igreja, e que esta a reconheça e a promova reforçando a sua participação nos
conselhos pastorais de paróquias e dioceses e inclusive nas instâncias de
governo”.
Na curta intervenção durante a assembleia
deste sábado, o papa afirmou que “ainda não entendemos o significado das
mulheres na Igreja. O papel delas deve ir muito além das questões de função”.
Fonte: Metrópoles
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