Irmão de Geddel recebeu pena de 10 anos e
seis meses
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF) condenou hoje (22) o ex-ministro Geddel Vieira Lima a 14 anos e
dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa
na ação penal do caso relacionado aos R$ 51 milhões em espécie encontrados pela
Polícia Federal (PF) em um apartamento há dois anos. No mesmo julgamento,
o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, recebeu pena de 10 anos
e seis meses de prisão.
Pela decisão, Geddel deverá continuar preso
em função da condenação e ainda deverá pagar R$ 1,6 milhão como pena pecuniária
pela condenação. Lúcio, que responde ao processo em liberdade, também foi
condenado ao pagamento de R$ 908 mil. Cabe recurso contra a decisão no próprio
Supremo.
A pena de lavagem foi definida por unanimidade
pelos ministros. No caso da associação criminosa, os ministros Edson Fachin,
Celso de Mello e Cármen Lúcia votaram pela condenação, enquanto Gilmar
Mendes e Ricardo Lewandowski se manifestaram pela absolvição.
A denúncia contra Geddel e Lúcio foi
apresentada ao STF pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge. Na
acusação, Dodge sustentou que o dinheiro apreendido seria proveniente de
esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal investigados em outras ações
penais. Geddel foi vice-presidente do banco. Outra parte teria sido acumulada
por Lúcio Vieira Lima, que teria se apropriado de parte do salário do
ex-assessor parlamentar Job Brandão.
Além do dinheiro encontrado, mais R$ 12
milhões teriam sido lavados por Geddel e Lúcio por meio de investimentos em
imóveis de alto padrão em Salvador.
No processo, o ex-assessor de Lúcio Vieira,
Job Brandão, e o empresário Luiz Fernando Costa Filho, sócio da construtora que
recebeu investimentos de Geddel, foram absolvidos das acusações de lavagem e
associação.
Defesa
No início do julgamento, o advogado Gamil
Föppel, representante da família, disse que Geddel está preso há dois anos e
que o Ministério Público Federal nunca se conformou com a liberdade do
ex-ministro. O advogado também criticou a perícia feita pela Polícia Federal,
que não teria seguido os trâmites legais ao encontrar fragmentos de digitais de
Geddel em um saco de plástico que continha dinheiro.
"Tenho absoluta certeza que, se
respeitadas as regras processuais, não há outra alternativa senão absolver
todos os réus de todas as imputações que foram feitas", disse.
Fonte: Agência Brasil
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