Para especialistas, a prova deste ano foi
mais conteudista
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será,
nos próximos anos, “um exame técnico e não ideológico”, afirmou hoje (10) o
ministro da Educação, Abraham Weintraub. “O objetivo é que seja feita uma
seleção justa para todos os brasileiros”, disse.
O Enem 2019 foi aplicado no dia 3 e neste
domingo. Ao todo, cerca de 3,9 milhões de estudantes de todo o país
participaram de pelo menos um dia de prova. Na análise de especialistas, o
exame deste ano foi mais conteudista que de anos anteriores.
“[O estudante] não vai precisar mais ficar
buscando nos manuais de esquerda ou de direita ou em qualquer lugar que seja,
ideologias”, disse. “Como foi para a redação. [O participante] poderia escrever
uma redação de esquerda, de direita ou técnica. Queremos apenas ver quem sabe
elaborar uma boa redação. As questões foram feitas com esse intuito, selecionar
as pessoas mais bem preparadas”. O tema da redação este ano foi
Democratização do acesso ao cinema no Brasil.
Segundo o presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, as
questões deste ano foram todas retiradas do Banco Nacional de Itens (BNI),
e já estavam elaboradas. Para integrar o BNI, as questões passam por um longo
processo de aprovação e testagem.
“Não houve direcionamento para mais ou menos
conteudistas”, disse Lopes. “O que houve foi a equipe buscando dentro do Banco
de Itens uma prova equilibrada, que cobrisse matrizes do Enem. Para oferecer às
universidades um conjunto de alunos com boas notas, para escolherem os melhores
para seus cursos”.
Neste ano, o Inep criou uma comissão para
definir o que não seria usado no Enem 2019. De acordo com nota técnica
publicada pela autarquia, a comissão, criada no dia 20 de março deste ano,
deveria "identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos
e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais" e, com base
nessa análise, recomendar que tais itens não fossem usados na montagem do exame
deste ano.
A comissão concluiu o trabalho no
começo de abril. No entanto, pelo caráter sigiloso do BNI, o resultado não foi
divulgado. O Inep esclareceu que como a elaboração de um item é um processo
longo e oneroso, nenhum item será descartado. Eles poderão ser posteriormente adequados.
Fonte: Agência Brasil
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