A partir de hoje, os usuários brasileiros do
Instagram terão mais um recurso para se expressarem na rede social
Facilidade.
Com alguns toques na tela, usuário poderá usar recursos de edição e gravar seu
próprio ‘clipe’ de 15 segundos. (Foto: © Nilton Fukuda/Estadão)
A partir de hoje, os usuários brasileiros do
Instagram terão mais um recurso para se expressarem na rede social. Isso porque
a empresa vai começar a testar no Brasil uma nova ferramenta de vídeos curtos
com música. Chamada de Cenas, a funcionalidade permitirá que qualquer pessoa
grave um filmete de até 15 segundos, fazendo uma coreografia ou uma
interpretação dramática de uma canção. É a primeira vez que o Instagram, que
pertence ao Facebook, começa o protótipo de uma função pelo Brasil.
Segundo a empresa, o recurso ainda está em
fase de testes e não há previsão de lançamento global. De acordo com Robby
Stein, diretor de produto global do Instagram, há vários motivos para a escolha
– entre eles, estão a forte cultura musical local e o alto engajamento dos
brasileiros na rede social. “Os criadores e os usuários que se comunicam com
amigos no País utilizam muito as funções de música no Instagram”, explicou o
executivo, em entrevista exclusiva ao Estado.
A rede social não divulga o total de usuários
que tem por aqui – no mundo, são mais de 1 bilhão de pessoas ativas mensalmente
na plataforma. Na visão de Luiz Peres-Neto, professor da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM), há uma boa promessa de que o Brasil se
transforme em um espaço de testes para redes sociais cada vez mais ativo. “No
que diz respeito a experimentar novas ideias na área cultural, o brasileiro é
bastante aberto a fuçar e criar em cima (das possibilidades)”, afirma o
pesquisador. “Somos um grande laboratório de mídia a céu aberto.”
Recurso estará nos Stories e na aba Explorar
Será possível visualizar as Cenas em duas
áreas diferentes do Instagram. Para quem quiser produzir seus próprios vídeos,
será necessário acessar os Stories, recurso popular de mensagens efêmeras da
rede social. Introduzida em agosto de 2016, a ferramenta deixa vídeos e fotos
no ar por até 24 horas e já contabiliza 500 milhões de usuários ativos todos os
dias no mundo. Além disso, será possível assistir às Cenas mais populares
dentro da aba Explorar, que busca mostrar às pessoas as principais criações de
influenciadores e produtores de conteúdo na rede social.
Fazer um vídeo curto desses é fácil e não
leva mais do que alguns cliques. Em demonstração assistida pelo Estado, uma
funcionária do Facebook não levou mais do que dois ou três minutos para criar
um filme curto dançando “Macarena”, o hit latino dos anos 1990. Mais do que
apenas simular a clássica coreografia, porém, o vídeo também tinha efeitos de
corte de cenas e até uma mudança de penteado, tudo feito em sincronia com a
canção do grupo Los Del Rio.
A nova ferramenta vai utilizar os mesmos
acordos de licenciamento que o Instagram já possuía com gravadoras e artistas
para o Instagram Music – a funcionalidade, lançada no ano passado lá fora,
permite que usuários incluam trechos de músicas e letras em suas publicações.
Segundo Stein, a diversidade musical do Brasil, com gêneros como sertanejo e
funk entre os mais populares, não é um problema para os testes. De acordo com o
executivo, o novo recurso terá as mesmas regras de moderação de conteúdo para
violência e sugestões sexuais que já vigoram no restante da plataforma.
Cenas pode ser arma contra Kwai e TikTok
Com o lançamento das Cenas, o Instagram não
só testa um recurso novo, mas também busca frear o avanço de aplicativos de
vídeos curtos que buscam um lugar na tela inicial de aplicativos dos celulares
dos brasileiros. Nas últimas semanas, programas chineses como o TikTok e o Kwai
têm ganhado popularidade por aqui, prometendo algo bastante parecido com a nova
ferramenta da empresa de Mark Zuckerberg: vídeos com música, edição esperta e
compartilhamento rápido.
“Estamos de olho no surgimento de plataformas
de vídeos com bastante foco em música”, disse Stein ao Estado, sem falar em
nomes específicos. “Acreditamos, porém, que somos a única empresa a ter uma
comunidade de criadores e usuários bem formada, bem como uma edição fácil de
conteúdo.”
Na visão de Peres-Neto, da ESPM, é difícil
prever como será a resistência dos chineses perante o Facebook – em outras
temporadas, desafiantes como o Snapchat acabaram tendo recursos imitados pela
companhia e perderam lugar. “A vida de produtos como Facebook e Instagram se
dilata porque são apps que têm alterações constantes.”
Fonte: Estadão
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