O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta
quinta-feira (7), às 14h, o julgamento sobre a constitucionalidade da execução
provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após segunda
instância. A expectativa é de que o julgamento seja finalizado hoje, quando
ocorre a quinta sessão da Corte para discutir a questão.
Até o momento, o placar do julgamento está 4
votos a 3 a favor da medida. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Celso
de Mello, Dias Toffoli e da ministra Cármen Lúcia.
No dia 17 de outubro, a Corte começou a
julgar definitivamente três ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), relatadas
pelo ministro Marco Aurélio e protocoladas pela Ordem dos Advogados, pelo PCdoB
e pelo antigo PEN, atual Patriota.
O entendimento atual do Supremo permite a
prisão após condenação em segunda instância, mesmo que ainda seja possível
recorrer a instâncias superiores. No entanto, a OAB e os partidos sustentam que
o entendimento é inconstitucional e uma sentença criminal somente pode ser
executada após o fim de todos os recursos possíveis, fato que ocorre no STF e
não na segunda instância da Justiça, nos tribunais estaduais e federais. Dessa
forma, uma pessoa condenada só vai cumprir a pena após decisão definitiva do
STF.
A questão foi discutida recentemente pelo
Supremo ao menos quatro vezes. Em 2016, quando houve decisões temporárias nas
ações que estão sendo julgadas, por 6 votos a 5, a prisão em segunda instância
foi autorizada. De 2009 a 2016, prevaleceu o entendimento contrário, de modo
que a sentença só poderia ser executada após o Supremo julgar os últimos
recursos.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
o julgamento terá impacto na situação de 4,8 mil presos com base na decisão do
STF que autorizou a prisão em segunda instância. Os principais condenados na
Operação Lava Jato podem ser beneficiados, entre eles, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril do ano passado, na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter sua condenação por
corrupção e lavagem de dinheiro confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF4), no caso do tríplex do Guarujá (SP), além do ex-ministro José
Dirceu e ex-executivos de empreiteiras.
Fonte: Agência Brasil
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