Reeleição do presidente vai
depender, em grande parte, do sucesso na criação de um partido de direita e com
forte influência dos evangélicos
Os seguidores do presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) têm pela frente o desafio de obter cerca de 500 mil assinaturas para
criar uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil. O futuro eleitoral do
capitão e de seus aliados, em grande parte, vai depender do sucesso dessa
empreitada.
Por enquanto, a intenção de formar uma nova
legenda tem as características de um tiro no escuro. Mesmo que o partido
ultrapasse a barreira das assinaturas, ninguém sabe onde essa iniciativa vai
dar.
Depois de chegar ao Palácio do Planalto sob
as abas do PSL, dirigido pelo ex-deputado pernambucano Luciano Bivar, o capitão
se arrisca a fundar sua própria sigla. Espera, assim, ter autonomia para
controlar os rumos e as verbas do partido.
Se conseguir registro no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), a Aliança terá os méritos e os defeitos do
presidente. De positivo, deve-se contabilizar os milhões de votos conseguidos
pelo capitão em 2018.
Nos aspectos negativos, a possível nova
legenda incorporará os problemas de relacionamento político e as sequelas do
escândalo em torno do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ),
filho do presidente, e do seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. A propósito, o
“Zero Um” é vice-presidente da sigla em formação.
Importante ressaltar, também, o viés
ideológico da Aliança. O partido se propõe a ocupar a ponta direita do espectro
político brasileiro. Ao optar, explicitamente, por um dos polos, a tendência é
que a sigla perca apoiadores mais identificados com o centro.
Outra incógnita do novo partido se refere ao
perfil dos filiados. Para conseguir as assinaturas, Bolsonaro aposta na adesão
maciça de eleitores evangélicos. Essa segmentação, sem dúvida, ajuda na
formalização da legenda, mas também pode afugentar quem tem resistência à
mistura excessiva entre política e religião.
Vitorioso em 2018, o capitão parece acreditar
na própria performance para formar um partido com sua cara e, ao mesmo tempo,
competitivo. A reeleição ao Planalto vai depender do êxito dessa iniciativa.
Fonte: Metrópoles
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