Os parlamentares
apresentaram uma lista de atos e nomeações do governo, que “evidenciam o
cerceamento à liberdade de expressão”
Parlamentares do PSOL, PT, PDT e PCdoB
denunciaram o governo de Jair Bolsonaro à Organização das Nações Unidas (ONU)
por censura no país. Em recurso urgente protocolado junto ao organismo, há
uma lista de atos e nomeações do governo, que “evidenciam o caráter programático,
intencional e articulado de ações de cerceamento à liberdade de expressão” no
país.
A peça remonta vários dos casos de censura a
informações e dados oficiais que aconteceram no governo Bolsonaro. Relembre
alguns deles:
·
Proibição da palavra “golpe” na
cobertura da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) sobre os 55 anos de Ditadura
Militar no Brasil. Jornalistas da empresa pública também
já denunciaram censura a imagens da vereadora do PSL assassinada em 2018,
Marielle Franco, e de música de protesto composta por Arnaldo Antunes,
chamada “O real existe”.
·
Demissão do ex-diretor do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, exonerado após criticar
declarações de Bolsonaro sobre a confiabilidade de dados relativos ao
desmatamento na Amazônia.
·
A polêmica nomeação de Sérgio Camargo
como presidente da Fundação Cultural Palmares,
instituição responsável pela valorização da cultura negra no Brasil. Camargo já
havia declarado publicamente que não há racismo no Brasil e que a escravidão
teria sido benéfica para os afrodescendentes, além de diversas ofensas a
personalidades como Taís Araújo, Gilberto Gil, Mano Brown, entre outras.
·
O recrudescimento da censura na Secretaria
Especial de Cultura após a nomeação de Roberto Alvim. A representação enviada à
ONU diz que Alvim “não só intensificou sua perseguição ideológica a artistas e
agentes culturais de espectro político diverso do seu, como instalou um regime
de controle ideológico nas instituições ligadas à pasta”.
·
Diversas declarações do próprio
presidente Jair Bolsonaro defendendo que atividades culturais
financiadas pelo governo devem convergir com a “tradição judaico-cristã” do
Brasil, em uma evidente afronta ao Estado laico brasileiro.
Fonte: Revista Fórum
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