Uma guarnição do
3º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão prendeu na madrugada de ontem, em
Imperatriz, um dos agentes do PCdoB denunciados por divulgação de fake news
contra a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).
Segundo relato dos policiais que participaram da
ação, o blogueiro Fabrício Oliveira – que se identificava como funcionário do
Governo do Estado do Maranhão em uma de suas páginas em redes sociais – foi
abordado em uma rua conhecida por ser acesso a bocas de fumo da cidade.
Durante a abordagem, ainda segundo a PM, nada de
ilícito foi encontrado com o comunicador, que acabou preso quando se descobriu
– após consulta realizada pelo Centro Integrado de Operações de Segurança
(Ciops) – que havia contra ele um mandado de prisão em aberto no estado de
Goiás.
Segundo apurou a reportagem, Fabrício Oliveira foi
condenado a seis anos de prisão por assalto a mão armada. A pena deve ser
cumprida em regime semiaberto. Há ainda, segundo dados do Banco Nacional de
Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um segundo mandado
em aberto.
Perfis fake
A prisão do blogueiro comunista ocorre apenas dias
depois da confirmação do envolvimento dele em outro crime.
Ao cumprir uma sentença do juiz federal Clodomir Reis, do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), determinando ao Facebook a exclusão e identificação de perfis fakes criados para atacar Roseana Sarney, os advogados da rede social apresentaram, no dia 16 de julho, os IPs de acesso.
Na peça, informou-se que era Fabrício Oliveira quem
administrava a página falsa, já deletada. A partir dos dados apresentados pelo
Facebook, constatou-se que o blogueiro do PCdoB usava uma lan house e o próprio
celular para logar-se na conta e disseminar propaganda negativa e fake news
contra a ex-governadora emedebista. O fato foi comunicado, também, à Polícia
Federal.
Blogueiro não está na folha, diz Secap
Em resposta ao pedido de nota de O Estado, a Secap
garante que Fabrício Oliveira não tem relações com o governo.
“A Secretaria de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores (Segep) informa que Antônio Fabrício Oliveira Silva não é servidor de nenhum órgão estadual cuja folha de pagamento é processada por esta secretaria”, diz a nota
Blogueiro preso informou receber dinheiro público
Numa discussão em um dos grupos do qual participa,
o blogueiro Fabrício Oliveira chegou a afirmar que recebia recursos públicos
para disseminar informações pró-governo e contra adversários dos comunistas.
“Tiro nota da agência em nome do governo, assim
como faço com a câmara (sic)… Minha nota é para o Estado, assim como tiro nota
de prestação de serviços para a câmara municipal (sic)”, disse Oliveira.
A revelação foi feita em maio, depois de o Partido
Verde denunciar à Superintendência da Polícia Federal no Maranhão e à
Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) a disseminação de fake news contra a
ex-governadora Roseana Sarney (MDB) por servidores do governo Flávio Dino
(PCdoB).
Assinada pelo deputado estadual Adriano Sarney, a denúncia
destacava a atuação do atual secretário de Estado da Comunicação e Articulação
Política, Ednaldo Neves (PCdoB) e do próprio Fabrício Oliveira, além de outros
comunistas.
Eles postaram em redes sociais ou espalharam em
grupos de WhatsApp uma montagem em que o deputado federal Hildo Rocha (MDB)
teve seu rosto trocado com o do presidente Michel Temer (MDB) para simular a
presença deste num ato político da ex-governadora em São Luís, na
segunda-feira, 21.
Para o PV, trata-se da comprovação de que o governo
tem financiado a disseminação de fake news no Maranhão.
“Há documentos comprobatórios que levam a concluir que o sr. Fabrício Oliveira faz parte do grupo de pessoas ligadas ao Governo do Estado que recebe recurso público para produzir e disparar mensagens de conteúdo falso e violadoras da honra (objetiva e subjetiva) daqueles que firmam posicionamento contrário ao Governo Flávio Dino. O fato fora confessado pelo próprio Fabrício em grupo de WhatsApp”, destaca a representação partidária.
A representação do partido acrescenta que o uso de
dinheiro público pode ser uma das explicações para o que considera “avalanche
de ‘fake news’ veiculadas por meios de comunicação” ligados ao Palácio dos
Leões.
Por: Luís Pablo
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