O diretor de
Preservação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou à
Agência Brasil que o incêndio causa um “dano irreparável” ao acervo e às
pesquisa nacionais. Ele acompanha de perto o trabalho dos bombeiros no local e
disse que “pouco restará”, após o controle das chamas.
“Infelizmente a
reserva técnica, que esperávamos que seria preservada, também foi atingida.
Teremos de esperar o fim do trabalho dos bombeiros para verificar realmente a dimensão
de tudo”, afirmou o arquiteto e historiador.
De acordo com João
Carlos Nara, a equipe de administração do Museu Nacional aguardava o fim do
período eleitoral para iniciar as obras de preservação da infraestrutura do
prédio.
“É tudo muito antigo.
O sistema de água e o material, tudo tem muitos anos. Havia uma trinca nas
laterais. Isso é ameaça constante”, disse o diretor.
Inconformado com o
incêndio, João Carlos Nara lamentou que os investimentos sejam destinados a
outras causas no país. “Gastam milhões em outros projetos”, reagiu.
Investimentos
Em junho, o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou contrato de
financiamento no valor de R$ 21,7 milhões para apoio à restauração e
requalificação do Museu Nacional. Os recursos compõem a terceira fase do Plano
de Investimento para a revitalização do Museu Nacional, num total de R$ 28,5
milhões.
O objetivo é
aplicar os recursos na recuperação física do prédio histórico; a recuperação de
acervos — de modo a garantir mais segurança às coleções e otimizar o trabalho
dos pesquisadores —; a recuperação de espaços expositivos — estimulando maior
atração de público e promoção de políticas educacionais vinculadas a seus
acervos —; a revitalização do entorno do museu; e o fortalecimento da
instituição gestora.
História
O Museu Nacional é
a instituição científica mais antiga do Brasil. É um dos museus de ciência de
referência no mundo. Foi fundado em 1818.
Inicialmente
instalado no Campo de Santana, o Museu foi posteriormente transferido para o
Palácio de São Cristóvão, monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e situado na Quinta da Boa Vista, um dos
mais importantes parques urbanos do Rio. Antes de abrigar o Museu Nacional, o
Palácio de São Cristóvão foi residência das famílias real portuguesa e imperial
brasileira.
Agência Brasil
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