Depois da reunião no Palácio do Planalto, o
presidente Jair Bolsonaro manifestou publicamente seu apoio ao presidente
autodeclarado interino da Venezuela, Juan Guaidó. Em declaração à imprensa, na
tarde de hoje (28), Bolsonaro afirmou que o Brasil vai atuar, dentro da
legalidade, para restabelecer a democracia no país vizinho.
“Nós não pouparemos esforços dentro da
legalidade, da nossa Constituição e das nossas tradições para que a democracia
seja restabelecida na Venezuela. E isso só será possível com eleições limpas e
confiáveis. Nos interessa uma Venezuela livre, próspera e economicamente
pujante”, disse o presidente.
Bolsonaro criticou governos anteriores do
Brasil por terem dado apoio ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “Faço
uma mea culpa aqui, porque dois ex-presidentes do Brasil fizeram parte do que
está acontecendo na Venezuela hoje. Essa esquerda gosta de tanto de pobre que
acabou multiplicando-os, e a igualdade buscada por eles foi por baixo. Queremos
uma igualdade para cima, na prosperidade”, afirmou.
O presidente brasileiro pediu permissão
para chamar Guaidó de “irmão” e afirmou que continuará apoiando as decisões do
Grupo de Lima em favor da mudança de política no país vizinho, “por liberdade e
democracia”. Ao final de seu pronunciamento, apertou a mão do colega.
Em seu pronunciamento, o presidente
autoproclamado da Venezuela – que é o presidente da Assembleia Nacional,
equivalente ao Congresso Nacional venezuelano, – agradeceu o apoio do governo
brasileiro na ajuda humanitária ao país vizinho e classificou o encontro com
Bolsonaro como um marco no resgate das relações entre os dois países.
“É um marco para resgatar um relacionamento
positivo que beneficie nossa gente. Na Venezuela, estamos lutando por eleições
livres, no marco da Constituição, democráticas”, afirmou o líder opositor,
reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil, como presidente legítimo
do país.
Guaidó citou também o número de 300 mil
venezuelanos em situação de “emergência de morte” e outros 3 milhões em risco
humanitário em decorrência da crise política e econômica que afeta o país. Para
o presidente interino, a Venezuela não vive um dilema entre dois grupos ou duas
ideologias, mas sim entre ditadura e democracia, entre miséria e prosperidade.
Guaidó chegou ao Brasil na madrugada de
hoje (28). Em sua conta pessoal no Twitter, ele disse que veio ao Brasil em
busca de apoio para a transição de governo na Venezuela. Antes do encontro com
Bolsonaro, ele esteve com representantes diplomáticos de outros países no
escritório da delegação da União Europeia, em Brasília.
Fonte:
Agência Brasil
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