Deputado federal voltou atrás em declaração e
disse que estão “interpretando errado” o que ele havia afirmado em entrevista
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
recuou no fim da tarde desta quinta-feira (31/10/2019) e declarou que “não há
possibilidade de retorno do AI-5 atualmente”. Em vídeo postado no Facebook, ele
classificou a intensa reação à sua declaração como uma “interpretação errada”
do que ele havia dito.
“Não existe qualquer possibilidade de retorno
do AI-5, e a minha posição é bem confortável. Não fico nem um pouco constrangido
de pedir desculpa a qualquer tipo de pessoa que tenha se sentido ofendida ou
imaginado o retorno do AI-5”, afirmou.
“A gente vive em um regime democrático, nós
seguimos a Constituição. Inclusive, esse é o cenário que me fez ser o deputado
mais votado da história”, afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL)
que teve mais de 1,8 milhão de votos em 2018. “Não tem por que eu descambar
para o autoritarismo, eu tenho ao meu favor a democracia.”
Eduardo também disse que, se pudesse,
“refaria a declaração sem citar o AI-5, para não dar essa polêmica toda”, mas
destacou que tem “imunidade parlamentar”. Ele criticou, ainda, a oposição:
“Agora é óbvio que a oposição vai tentar pegar esteira na minha fala para
tentar me pintar como ditador”.
“É somente isso que eu peço: respeito à
Constituição, e aproveito aqui para reafirmar os valores democráticos e
constitucionais”, finalizou o parlamentar.
Embora tenha dito que não há possibilidade de
instituição de um novo AI-5, Eduardo postou na tarde desta quinta-feira
(31/10/2019) um vídeo no Twitter em que volta a citar a medida como
possível resposta a uma “radicalização” de protestos ou “atos terroristas”.
A fala causou intensa repercussão no meio
político, com repúdios públicos dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de uma série de parlamentares e partidos.
O próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) já havia comentado a
polêmica: “AI-5, no passado, existia outra Constituição. Esquece isso. Não
existe mais”. “Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está
sonhando. Está sonhando. Não quero nem ter notícia disso daí”, afirmou.
Contexto
A declaração de Eduardo foi dada em entrevista à
jornalista Leda Nagle. Comentando o contexto do Chile, ele afirmou que “se a
esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta”. “E
uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada
por meio de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que
ser dada.”
Fonte: Metrópoles
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