Duas pessoas presas em flagrante e 19
mandados de busca e apreensão cumpridos foi o saldo da operação Blecaute
desencadeada ontem no interior do estado pela Polícia Civil, com o objetivo de
desarticular um grupo criminoso acusado de furtar torres de transmissão dos
sistemas de geração de energia do país. O cerco policial aconteceu, também, em
Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Piauí e no Distrito Federal.
Mais de 150 policiais civis participaram
desse trabalho que tinham como objetivo cumprir 31 mandados de busca e
apreensão. O superintendente da Polícia Civil do Interior, delegado Guilherme
Campelo, informou que as prisões em flagrante ocorreram nas cidades de Santa
Rita e São Mateus. Em Santa Rita foi preso Francisco Muniz de Sousa,
ex-funcionários de uma empresa prestadora de serviço do setor elétrico.
Com ele, a polícia apreendeu equipamentos
utilizados nas ações ilegais, arma de fogo de fabricação caseira e material
furtado como cobre e alumínio. “Os detidos tinham o conhecimento da técnica
para retirarem esse material da rede elétrica de alta-tensão. Eles eram
treinados e tinham equipamentos para realizarem essa ação criminosa”, disse o
delegado.
O delegado declarou que o bando vinha sendo
investigado desde o mês de março deste ano. Neste período, em Presidente
Olegário, em Minas Gerais, criminosos conseguiram derrubar torres de
transmissão do sistema de energia nacional, que estavam sendo instaladas pela
empresa XPTT Brasil Construção de Sistema de Energia Ltda.
O bando conseguiu subtrair centenas de metros
de cabos de alumínio condutores de eletricidade. Ainda segundo o delegado, essa
ação criminosa chegou a atrasar a obra de ligação da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará, com o Sistema Nacional de Energia.
Durante as investigações a polícia descobriu
que essa quadrilha vinha agindo, principalmente no Maranhão, Piauí, Minas
Gerais, Bahia, Alagoas e na capital do país. Mais de 300 kg de cabos de alumínio
furtados, foi recuperado.
Segundo o delegado, as investigações
continuam visando identificar os outros integrantes dessa quadrilha e prevenir
que esse ato criminoso não venha colocar em risco o sistema com ocorrências de
apagões no país.
Também ontem, o Maranhão foi alvo da operação
Arauto realizado pela Polícia Federal, que atingiu, também, Porto Velho, no
estado de Rondônia, e Curitiba, no Paraná. A ação policial visava prender
quadrilheiros suspeitos de fraude em licitação para o Programa Viva Maranhão. O
prejuízo, segundo a polícia, é de cerca de R$ 112 milhões.
Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos
vão responder pelos crimes de associação criminosa, fraude e peculato.
A polícia também informou que constatou que
foram pagos mais de R$ 112 milhões a um consórcio formado por empresas
beneficiadas em um contrato com o Governo. Esses recursos são federais
provenientes do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito
Federal (Proinveste), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Esta foi a segunda fase da operação. A
primeira abordou o desfalque nos cofres públicos do Amapá, quando foram
investigados indícios de direcionamento em concorrência pública em favor de
empresa de consultoria que depois assinou contrato com a Secretaria de
Planejamento, Orçamento e Tesouro do Estado do Amapá (Seplan/AP). No Amapá, os
desvios somaram R$ 19 milhões, de acordo com a Controladoria segundo a CGU.
O mesmo bando criminoso, por meio de duas
empresas, firmou consórcio para participar de concorrência pública em São Luís.
A investigação mostrou que funcionários das empresas investigadas trabalharam
na elaboração do edital da licitação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário