Operação policial desmonta grupo criminoso que furtava torres de transmissão de energia - Portal Diário de Tutóia

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Operação policial desmonta grupo criminoso que furtava torres de transmissão de energia


Duas pessoas presas em flagrante e 19 mandados de busca e apreensão cumpridos foi o saldo da operação Blecaute desencadeada ontem no interior do estado pela Polícia Civil, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso acusado de furtar torres de transmissão dos sistemas de geração de energia do país. O cerco policial aconteceu, também, em Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Piauí e no Distrito Federal.

Mais de 150 policiais civis participaram desse trabalho que tinham como objetivo cumprir 31 mandados de busca e apreensão. O superintendente da Polícia Civil do Interior, delegado Guilherme Campelo, informou que as prisões em flagrante ocorreram nas cidades de Santa Rita e São Mateus. Em Santa Rita foi preso Francisco Muniz de Sousa, ex-funcionários de uma empresa prestadora de serviço do setor elétrico.

Com ele, a polícia apreendeu equipamentos utilizados nas ações ilegais, arma de fogo de fabricação caseira e material furtado como cobre e alumínio. “Os detidos tinham o conhecimento da técnica para retirarem esse material da rede elétrica de alta-tensão. Eles eram treinados e tinham equipamentos para realizarem essa ação criminosa”, disse o delegado.

O delegado declarou que o bando vinha sendo investigado desde o mês de março deste ano. Neste período, em Presidente Olegário, em Minas Gerais, criminosos conseguiram derrubar torres de transmissão do sistema de energia nacional, que estavam sendo instaladas pela empresa XPTT Brasil Construção de Sistema de Energia Ltda.

O bando conseguiu subtrair centenas de metros de cabos de alumínio condutores de eletricidade. Ainda segundo o delegado, essa ação criminosa chegou a atrasar a obra de ligação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, com o Sistema Nacional de Energia.

Durante as investigações a polícia descobriu que essa quadrilha vinha agindo, principalmente no Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Bahia, Alagoas e na capital do país. Mais de 300 kg de cabos de alumínio furtados, foi recuperado.

Segundo o delegado, as investigações continuam visando identificar os outros integrantes dessa quadrilha e prevenir que esse ato criminoso não venha colocar em risco o sistema com ocorrências de apagões no país.

Também ontem, o Maranhão foi alvo da operação Arauto realizado pela Polícia Federal, que atingiu, também, Porto Velho, no estado de Rondônia, e Curitiba, no Paraná. A ação policial visava prender quadrilheiros suspeitos de fraude em licitação para o Programa Viva Maranhão. O prejuízo, segundo a polícia, é de cerca de R$ 112 milhões.

Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, fraude e peculato.

A polícia também informou que constatou que foram pagos mais de R$ 112 milhões a um consórcio formado por empresas beneficiadas em um contrato com o Governo. Esses recursos são federais provenientes do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esta foi a segunda fase da operação. A primeira abordou o desfalque nos cofres públicos do Amapá, quando foram investigados indícios de direcionamento em concorrência pública em favor de empresa de consultoria que depois assinou contrato com a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Tesouro do Estado do Amapá (Seplan/AP). No Amapá, os desvios somaram R$ 19 milhões, de acordo com a Controladoria segundo a CGU.

O mesmo bando criminoso, por meio de duas empresas, firmou consórcio para participar de concorrência pública em São Luís. A investigação mostrou que funcionários das empresas investigadas trabalharam na elaboração do edital da licitação.


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