O presidente do PSL e outras
três mulheres são suspeitos de desviar dinheiro público de campanha nas
eleições que elegeram Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta
sexta-feira (29/11/2019), o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE),
sob suspeita de envolvimento em esquema de candidaturas laranjas para desviar
verba pública da legenda que ele preside. Três candidatas de Pernambuco também
foram acusadas de participar dos crimes.
Os delitos de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita
de recurso eleitoral e associação criminosa – com penas de até cinco anos de
cadeia – foram atribuídos aos quatro pela Polícia. A informação foi antecipada
pelo jornal Folha de S. Paulo.
Líder do partido que elegeu o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido), Bivar entrou em crise com o militar da reserva, devido
aos escândalos de candidaturas laranjas no PSL – fato que “rachou” a legenda.
Com isso, formaram-se as alas “bivarista” e “bolsonarista”. Após o desgaste, o
chefe do Executivo decidiu deixar o PSL e criar uma nova sigla: a Aliança Pelo
Brasil (APB).
O Metrópoles entrou em contato com
a assessoria de imprensa do deputado que, por sua vez, informou estar fora de
Recife e disse que, só no fim do dia, quando se encontrasse com Bivar, emitira
uma nota sobre o ocorrido.
Operação Guinhol
No último 15 de outubro, a PF deflagrou
a Operação Guinhol, que cumpriu nove mandados de busca e apreensão
expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco em endereços
ligados ao presidente do PSL.
O inquérito policial foi instaurado por
requisição do TRE-PE para apurar a possível prática de crimes eleitorais e
associação criminosa. De acordo com as investigações, representantes locais do
partido teriam ocultado, disfarçado e omitido movimentações de recursos
financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às
candidaturas de mulheres.
Ao menos 30% dos valores do fundo deveriam ser empregados na
campanha das concorrentes do sexo feminino. Segundo a PF, há indícios de que
tais valores foram aplicados de forma fictícia, com o objetivo de desviar os
valores para livre aplicação do partido e de seus gestores.
O nome da Operação Guinhol faz referência a
um marionete, personagem do teatro de fantoches criado no Século XIX, diante da
possibilidade de as candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para
movimentar transações financeiras escusas.
Fonte: Metrópoles
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