Airbus também ofereceu tecnologia, diz
empresa privada de Brasília que encontrou mancha no mar, a 700 km da costa
brasileira. 'Fomos montando um dia a dia do passado', explica responsável pelo
trabalho.
Satélites da Nasa, a Agência Espacial
Americana, da ESA, a Agência Espacial Europeia e equipamentos
da Airbus ajudaram uma empresa de tecnologia geoespacial de Brasília
a chegar até a origem da mancha de óleo que atingiu as praias do Nordeste do
Brasil. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (1º).
Segundo Leonardo Barros, diretor-executivo da
Hex, a equipe começou o trabalho tentando reconstruir a história. "Como
não sabíamos onde estava, o nosso esforço foi em reconstituir esse tempo até
achar a origem. Fomos daqui pro passado", explicou.
A dificuldade, segundo a equipe, era a falta
de imagens. Foi quando o grupo decidiu usar informações de diferentes
satélites.
"Na medida que estavam disponíveis essas
imagens, fomos montando um dia a dia do passado. Aí nos deparamos com a origem
da mancha no mar, a cerca de 700 km da costa brasileira."
A partir do momento em que encontraram a
mancha, os técnicos passaram a buscar o navio responsável pelo derramamento de
óleo.
Manchas
de óleo chegam à praia da Pituba, em Salvador — Foto: Alan Oliveira/G1 BA
"Importante destacar que a partir da
localização desse ponto zero da mancha, começamos a trabalhar com dados sobre
as embarcações, dados de AIS [ Sistema de Identificação Automática por satélite
que identifica as embarcações]. Tivemos como fonte a AirBus Defense Space que
topou investir nesse trabalho de investigação, não pagamos nada, ela que se
disponibilizou", apontou Barros.
Segundo ele, o grupo começou, então, a fazer
o cruzamento de eventuais embarcações que teriam passado pelo local de origem
da mancha perto daquele período, entre 29 de julho e 1º de agosto. "Nesse
momento conseguimos achar uma determinada embarcação que fechou com o período".
"Em seis dias, a equipe chegou ao
resultado."
Zero por cento de chance de estar errado
Leonardo
Barros, diretor-executivo da Hex, empresa de Brasília que localizou origem do
óleo que provocou desastre ambiental na costa brasileira — Foto: Nicole Angel/
G1
O relatório da Hex foi entregue para a
Polícia Federal no dia 25 de outubro, afirmou o diretor-executivo da empresa.
Ele aponta que confia plenamente nos dados levantados pela equipe que
identificou a origem da mancha e o navio responsável pelo desastre ambiental.
"Levando em consideração uma série de
variáveis físicas, como maré e direção dos ventos, isso ratifica nossos dados.
Na nossa avaliação, zero por cento de chance de estar errado."
Leonardo Barros disse ainda que, em um
primeiro momento, o grupo começou a investigar o caso porque ficou interessado
no assunto. Mas na segunda quinzena de outubro a Agencia Brasileira de
Inteligência (Abin) contatou a empresa e perguntou se ela teria
"algum know how para ajudar o governo".
"Respondemos que sim e que já estávamos
em um esforço interno pra esse trabalho. Aí nos orientaram a divulgar todo o
esforço e o resultado para a Polícia Federal. Aí entregamos toda uma análise
detalhada e, a partir daí, eles começaram a operação."
Perguntado se o governo seria capaz de fazer
isso sozinho, o executivo respondeu que não poderia afirmar "porque não
conheço os esforços deles". Sobre quanto custaria a operação – que foi
feita voluntariamente – ele disse que preferia não comentar.
Fonte: G1
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